O que pode a psicanálise diante de marcas de segregação?

Da lógica de grupo à lógica möebiana

Autores

  • Maria Célia Delgado de Carvalho
  • Sheila Skitnevsky Finger FCL-S´P

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i46.1091

Palavras-chave:

segregação, identificação, grupo, singularidade, psicanálise, lógica, medidas afirmativas

Resumo

Esse texto parte do cenário de segregações, em curso também na atualidade, que podem ser considerados como consequência da organização social em grupos.

Através de contribuições de Freud e de Lacan é possível apontar a lógica de grupos que estabelece um fechamento, por identificação, a um significante que  representa um grupo em oposição a outros, representados por outros significantes.

Freud discute a impossibilidade de conciliação entre as necessidades individuais e as exigências coletivas na civilização, enquanto Lacan prevê uma ampliação dos processos de segregação no futuro.

A segregação é vista como uma tentativa falha de lidar com as diferenças, resultando em exclusão e agressividade para com os considerados estrangeiros. Lacan propõe uma abordagem que reconhece a singularidade do sujeito e o laço social, visando a desidentificação e a desalienação. A psicanálise se apresenta como uma prática que busca romper com as identificações fantasmáticas e questionar acordos sociais injustos.

O texto também leva a pensar que as propostas de Lacan para uma Escola de psicanálise podem proporcionar uma nova lógica, pensada como de continuidade moebiana, que dê lugar à singularidade.

Medidas afirmativas são propostas como forma de dar voz à diversidade e abrir espaço para aqueles que se sentem excluídos ou segregados, enfatizando que em uma Escola que se destina a abrigar processos de (de)formação dos analistas, o desejo de inclusão e acolhimento encontre sempre um lugar.

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Referências

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Publicado

2024-09-18

Como Citar

Delgado de Carvalho, M. C., & Skitnevsky Finger, S. (2024). O que pode a psicanálise diante de marcas de segregação? Da lógica de grupo à lógica möebiana. Revista De Psicanálise Stylus, 1(46), pp. 191–196. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i46.1091

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS