Desejo de analista e travessia da miséria
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v1i46.1081Palavras-chave:
Desejo de analista, Economia de gozo, Agnès VardaResumo
Fornecer ou não recibo? Eis uma pergunta que tem inquietado razoavelmente os psicanalistas sobre as contingências do ato analítico e sua coerência em relação à política do inconsciente. Porém, tais procedimentos, eles pertencem à ética da tática da transferência ou dizem respeito às exigências da cidade, apontando para o risco sorrateiro da regulamentação da psicanálise? De certo, o discurso analítico encontra sua radicalidade e eficácia ao promover um giro na economia de gozo do sujeito, engendrando-o em um novo aparelhamento, desde o qual é possível sustentar um ofício não a partir de relações de troca, mas pelo valor digno do dejeto que a experiencia de uma análise pode produzir. Utilizando como referências uma formação do inconsciente e a produção cinematográfica de Agnès Varda, “Os catadores e eu” (2000) para desdobrar a dedução de que o desejo de analista opera e acontece a partir de uma travessia da miséria, o presente artigo visa dar o testemunho de que é dentre os catadores que deve ser incluído o ato econômico de um analista. Ou seja, de que é dos restos, dos pedaços e dos fragmentos que se pode extrair os recursos para a manutenção do ensino e da transmissão da psicanálise.
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Referências
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Varda, A. (2000). Les glaneurs et la glaneuse. Paris: Cine Tamaris Distribuição.
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