A palavra e o seu poder de cura: a palavra como fármaco

Autores

  • Silvana Pessoa

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v0i34.31

Resumo

Esse artigo tenta investigar como, pela operação do significante, há pessoas que se curam, mesmo que o analista não seja possuído pelo desejo de curar. Para responder esta questão, a autora trabalha o conceito de moterialismo, da palavra como fármaco, e faz uma articulação disso com as novas descobertas das neurociências, particularmente desenvolvidas pelo neurocientista Eric Kandel. Esse ensaio defende que o sujeito suposto saber é alguém que sabe o truque de como se cura uma neurose sem o uso de medicações, mas que para isso é necessário que este esteja referenciado pelos conceitos que a fundamentam, ou seja, os recursos da língua: a materialidade das palavras, dos sons, a função poética, ou seja, mais a forma como transmitimos (combinação das palavras, pronúncias, efeitos sonoros e rítmicos) do que a função referencial ou denotativa (o assunto ou o conteúdo de uma informação).

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Biografia do Autor

Silvana Pessoa

Psicanalista, AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano-Brasil, membro do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo e membro Honorário do Campo Psicanalítico – Salvador. Mestre em Educação pela USP. Autora de diversos artigos em revistas nacionais e internacionais sobre a práxis e a teoria psicanalítica em intensão e extensão.

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Publicado

2017-08-29

Como Citar

Pessoa, S. (2017). A palavra e o seu poder de cura: a palavra como fármaco. Revista De Psicanálise Stylus, (34), pp. 119–128. https://doi.org/10.31683/stylus.v0i34.31

Edição

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DIREÇÃO DO TRATAMENTO