O psicanalista, o capitalismo e a segregação na estrutura, na história e no ordenamento discursivo dos gozos

Autores

  • Raul Albino Pacheco Filho PUC-SP

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i46.1040

Palavras-chave:

segregação, psicanalista, discurso, capitalismo, estrutura, história, gozo

Resumo

O objetivo do artigo é discutir as dimensões estrutural (transistórica) e discursiva (histórica) da segregação. Aborda-se o aspecto contraditório do discurso da ciência, que, sendo dessegregador, termina por promover uma extensão inédita da segregação. Aprofunda-se a discussão sobre a incompatibilidade ética do discurso do analista com a universalização do discurso da ciência, que, por outro lado, não pode ser política. Propõe-se que o aprofundamento das questões relacionadas ao assunto da segregação discursiva não pode ser feito sem se considerar criticamente o discurso capitalista. E analisa-se a nostalgia do pai-amo da ultradireita contemporânea, com seu clamor segregacionista, como uma articulação com o representante do S1 do discurso capitalista, visando salvar o neoliberalismo de sua crise intrínseca.

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Publicado

2024-09-18

Como Citar

Pacheco Filho, R. A. (2024). O psicanalista, o capitalismo e a segregação na estrutura, na história e no ordenamento discursivo dos gozos . Revista De Psicanálise Stylus, 1(46), pp. 73–92. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i46.1040

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS