Os paradoxos do desejo (na formação) do psicanalista
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v0i38.442Parole chiave:
Formação, Desejo do psicanalista, Real, Escola de psicanáliseAbstract
Em 1964, Lacan funda sua Escola, cujo objetivo primeiro era resgatar a sega cortante da verdade freudiana, denunciando os desvios e as concessões que amorteciam seu progresso, para que assim a psicanálise pudesse responder pelo dever que lhe compete no mundo. Estabelecidas as linhas gerais do funcionamento da Escola, em 1971 acrescenta uma nota anexa, na qual discute principalmente o problema da formação do psicanalista, ponto em que os analistas da Internacional desviaram-se. Se, na Internacional, a formação do psicanalista resulta da obediência e da observância a uma série de regras padronizadas dentro de uma estrutura hierárquica, na Escola de Lacan a formação do psicanalista deve necessariamente incluir o fato de que “a psicanálise constitui-se como didática pelo querer do sujeito, e que ele deve ser advertido de que análise contestará esse querer, na medida mesma da aproximação do desejo que ele encerra” (Lacan, 1971/2003d, p. 240). Desse modo, no que diz respeito à formação do psicanalista, Lacan introduz aí a função do desejo, em contraponto à normatização ipeista. Interessa, portanto, discutir essa formulação de 1971, articulando-a ao que estava acenado por Lacan na “Proposição de 9 de outubro”, de que na formação do psicanalista há um real em jogo. Se, na Internacional, esse real é sistematicamente evitado ou negado, na Escola de Lacan é a pedra a ser lapidada. Gostaria, portanto, de pensar sobre o tratamento a ser dado a esse real em jogo em uma psicanálise, que pode fazer advir o desejo do psicanalista, nunca estabelecido a priori, mas produto de uma extração.
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