O que não pode um analista no hospital

a posição do analista e a lógica do conforto através da psicanálise frente às demandas hospitalares

Autores

  • Beatriz Silva Autônoma

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i42.955

Palavras-chave:

Psicanálise, Hospital, Conforto

Resumo

O trabalho em questão tem como objetivo propor, não só a definição da posição do analista, mas também a defesa da lógica da oferta de conforto através da Psicanálise frente às demandas hospitalares. Teve, como motivação inicial, a observação de que pacientes, familiares e equipes hospitalares esperam receber, da figura do analista (representada pelo psicólogo) um tipo específico de conforto e garantia de bem estar. Logo, esta pesquisa visa ainda esclarecer o que não pode um analista no hospital frente à essa expectativa estabelecida pelos atores deste cenário. Para tal, pretendeu-se aprofundar o conhecimento disponível acerca do tema a partir do levantamento de dados bibliográficos em abordagem qualitativa, tendo, como fonte de pesquisa, conceitos e propostas descritos em livros, artigos e textos de caráter científico, principalmente de autores como Freud e Maria Lívia T. Moretto. Logo, revelou-se que o inconsciente, enquanto foco da atuação Psicanalítica, deve ser considerado para que o analista sustente o desvio das garantias de conforto conforme sejam demandadas. Tais garantias, além de impossíveis de serem asseguradas, não consideram a formação única e singular de cada sujeito, estando contrárias à constituição do sentido que opera na Psicanálise. Assim, é de responsabilidade, ainda do analista, promover o manejo psicanalítico no ambiente hospitalar que faz com que paciente, familiar e equipe elaborem rearranjos junto aos sintomas, gerando efeitos que sustentem, de forma saudável, a subjetividade do sujeito no tratamento e no posicionamento frente à doença.

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Publicado

2023-10-20

Como Citar

Silva, B. (2023). O que não pode um analista no hospital: a posição do analista e a lógica do conforto através da psicanálise frente às demandas hospitalares. Revista De Psicanálise Stylus, 1(42), pp. 105–117. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i42.955

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS