O que Marcélio sabia: o desejo e o gozo na constituição do sintoma

Autores

  • Lia Carneiro Silveira

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi22.822

Palavras-chave:

Sintoma, psicanálise, aprendizagem

Resumo

Recebemos com frequência na clínica demandas relacionadas a problemas de aprendizagem. Trata-se do momento em que, ao constatar o que entendem como um “déficit”, os pais ou a escola resolvem procurar um “especialista” que possa tratar esse “sintoma”. No entanto, diferentemente dessas profissões, o analista vai demarcar uma ruptura radical na forma como podemos acolher as vicissitudes pelas quais um sujeito passa no seu processo de aprendizagem, pois, para a psicanálise, o sintoma é um índice do sujeito e das tensões que se revelam entre este e o seu desejo inconsciente. Apresentamos nesse texto uma discussão acerca do sintoma na psicanálise, articulando-a com uma vinheta clínica na qual a queixa inicial se apresenta como “distúrbio de aprendizagem”, mas que, a partir da escuta do sujeito, vai apontar para o real traumático envolvido.

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Biografia do Autor

Lia Carneiro Silveira

Psicanalista, Doutora em Enfermagem, Professora da Universidade Estadual do Ceará. Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Brasil / Fórum Fortaleza.

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Publicado

2011-06-06

Como Citar

Silveira, L. C. (2011). O que Marcélio sabia: o desejo e o gozo na constituição do sintoma. Revista De Psicanálise Stylus, (22), pp. 109–121. https://doi.org/10.31683/stylus.vi22.822

Edição

Seção

DIREÇÃO DO TRATAMENTO