A lógica da contingência na interpretação equívoca

Autores

  • Daniela Batista Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i40.512

Palavras-chave:

interpretação, equívoco, Kairós, Contingente

Resumo

Kairós é uma palavra grega impossível de ser traduzida que tem uma importância particular para a sofística, pois representa alguma coisa em relação ao tempo, ao discurso e à argumentação. Barbara Cassin define o Kairós como o instante in- calculável, furtivo, sem objetivo, singular e contingente. Também pode ser considerado como o momento de abertura do possível, momento de ruptura, criação do novo. Este trabalho pretende articular essa particularidade do discurso sofístico à contingência como modalidade lógica no tratamento psicanalítico. Uma discussão sobre as características do discurso do Górgias e do Lacan é traçada brevemente para tentar demonstrar por que o recurso ao equívoco é uma arma poderosa para trabalhar com o inconsciente através da interpretação. A partir de elaborações sobre o inconsciente real, a lógica do não-todo e a impossibilidade da relação sexual, demonstramos como a modalidade do contingente é crucial para o tratamento psicanalítico.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

Batista, D. (2020). A lógica da contingência na interpretação equívoca. Revista De Psicanálise Stylus, 1(40), pp. 93–104. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i40.512

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS