Fim de análise e passe: um comentário sobre o passador e os ecos de um real no corpo

Autores

  • CLARISSA METZGER EPFCL

Palavras-chave:

Lacan, Destituição subjetiva, Corpo, Fim de análise, Passe

Resumo

O percurso de uma análise se inicia no “passe de entrada”, efeito de uma retificação subjetiva, e pode terminar com seu fim, que seria a passagem de psicanalisante a psicanalista. Essa passagem implica um percurso pelo sintoma e pela fantasia e a destituição subjetiva correlata à travessia da fantasia, mas também a emergência de um desejo novo cujo índice seria o afeto do entusiasmo. A consequência da “experiência original” da análise é justamente o que o dispositivo do passe visa identificar, como forma de avaliar o trabalho e a formação de analistas de uma Escola, ao buscar recolher, no “passe de saída” da análise, os efeitos dessa passagem. Nesse sentido, o passe seria um modo de avaliar se “o real em jogo na formação do analista”, como diz Lacan, estaria ativo nessa formação. Por fim, o passador seria alguém que, estando em vias de concluir sua análise, seria sensível aos índices do final no testemunho do passante e poderia identificá-los através dos ecos desse testemunho em seu corpo. O passador funcionaria, então, como caixa de ressonância que pode fazer eco com seu corpo a algo do real que lhe foi transmitido pelo passante.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

METZGER, C. (2020). Fim de análise e passe: um comentário sobre o passador e os ecos de um real no corpo. Revista De Psicanálise Stylus, 1(40), pp. 169–186. Recuperado de https://stylus.campolacaniano.com.br/cs/article/view/481