Espectro do autismo

um fantasma sem mediação e a máxima garantia ao desconhecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i44.1008

Palavras-chave:

Autismo, Psicanálise, Capitalismo, Sujeito

Resumo

Neste trabalho, pretendemos articular uma hipótese em torno do fenômeno da disseminação desenfreada de diagnóstico de transtorno do espectro autista a partir da lógica do fascínio que implica a foraclusão do sujeito. Aqui, abordamos a correspondência, sem mediação, entre o Ideal do eu e o objeto, considerando as indicações de Freud e de Lacan. A partir de uma leitura do texto “Nota sobre a criança” (Lacan, 1969/2003), pretendemos relacionar a clínica do autismo e a função de desconhecimento provocada pelo discurso capitalista das evidências científicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luis Achilles Rodrigues Furtado, EPFCL- Brasil, Fórum de Fortaleza

Professor Adjunto IV do Programa Pós- Graduação em Psicologia e Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará - Campus de Sobral, do Mestrado Acadêmico em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará - Campus de Sobral, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará - Campus de Sobral, Pós-doutor em Psicanálise na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Doutor em Educação pela UFC, Mestre em Psicologia pela UFC, atua nas áreas de estudos de Clínica Psicanalítica, Psicopatologia e Educação Inclusiva. É autor do livro Sua Majestade o Autista: fascínio, intolerância e exclusão no mundo contemporâneo, Editora CRV, 2013. É organizador do livro O autismo, o sujeito e a psicanálise: consonâncias, Editora CRV, 2014. Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano - EPFCL - Brasil. É bolsista de produtividade da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP.

Referências

Aflalo, A. (2020). Autismo: nuevos espectros. Nuevos mercados. In I. Ruiz. Evidencia científica y autismo: una burbuja de certidumbre. Gredos. (Edição Kindle).

Appell, G. (2005). Un début de carrière. Le Carnet PSY, 96, 31-33. Recuperado de https://doi.org/10.3917/lcp.096.0031

Bettelheim, B. (1972). The empty fortress: infantile autism and the birth of the self. Free Press. (Trabalho original publicado em 1967)

Edelson, S. M. (2014). Bernard Rimland’s “Infantile autism”: the book that changed autism. In Autism Researsh Institute. Recuperado de https://autism.org/bernard-rimlands-infantile-autism/

Freud, S. (2020). Psicologia das massas e análise do Eu. In S. Freud. Cultura, sociedade e religião: o mal-estar na cultura e outros escritos. Obras incompletas de Sigmund Freud. Belo Horizonte: Autêntica. (Edição Kindle). Recuperado de https://grupoautentica.com.br/autentica/livros/o-mal-estar-na-cultura-e-outros-escritos-de-cultura-sociedade-religiao/1835 (Trabalho original publicado em 1921)

Furtado, L. A. R. (2013a). Sua majestade o autista: fascínio, intolerância e exclusão no mundo contemporâneo. Curitiba: CRV.

Furtado, L. A. R. (2013b). Entrevista com Maria Anita Carneiro Ribeiro. Stylus, Rio de Janeiro, (26), 141-152. Recuperado em 6 de novembro, 2022, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-157X2013000100015

Guedeney, A. (2006). Entretien avec Myriam David. Devenir, 18, 113-122. Recuperado de https://doi.org/10.3917/dev.062.0113

Kanner, L. (1943). Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child: Journal of Psychopathology, Psychotherapy, Mental Hygiene, and Guidance of the Child, 2, 217-250. Recuperado de https://autismtruths.org/pdf/Autistic%20Disturbances%20of%20Affective%20Contact%20-%20Leo%20Kanner.pdf

Kanner, L. (1949, julho). Problems of nosology and psychodynamics of early infantile autism. Am. J. Orthopsychiatry, 19(3), 416-426. Recuperado de 10.1111/j.1939-0025.1949.tb05441.x

Kanner, L. (1997). Os distúrbios autísticos do contato afetivo (pp. 111-170). In P. Rocha (Org.), Autismos. São Paulo: Escuta. (Trabalho original publicado em 1943)

Lacan, J. (1969). Deux notes a Jenny Aubry. Recuperado em 17 de junho, 2016, de https://ecole-lacanienne.net/wp-content/uploads/2016/04/1969-10-00.pdf

Lacan, J. (2003). Nota sobre a criança. In J. Lacan. Outros escritos (pp. 369-370). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1969)

Lefort, R., & Lefort, R. (1980). Naissance de l’Autre. Deux psychanalyses: Nadia, 13 mois, Marie-Françoise, 30 mois. Paris: Seuil.

Le Robert dico en ligne (2022). Ressortir. Recuperado em 14 de setembro, 2022, de https://dictionnaire.lerobert.com/definition/ressortir

Mahler, M. (1989). Sobre a psicose precoce do bebê: síndrome simbiótica e síndrome autística. In M. Mahler. As psicoses infantis e outros estudos (pp. 41-51). Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1965)

Martins, K. P. H. et al. (2017). Um golpe de mestre: crianças e pais frente ao diagnóstico psiquiátrico. Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental, 20(2), 278-293. Recuperado de https://www.redalyc.org/pdf/2330/233051956005.pdf

Menéndez, R. (2012). Autismo: uma questão de ciência ou de ideologia?. Estudos de Psicanálise, (38), 115-124. Recuperado em 5 de junho, 2023, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372012000200013&lng=pt&tlng=pt

Miller, J.-A. (2014). A criança entre a mulher e a mãe. Opção Lacaniana Online Nova Série, (15), 1-15. Recuperado de http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_15/crianca_entre_mulher_mae.pdf

Rimland, B. (1974). Infantile autism: status and research. In A. David. Child personality and psychopathology (Vol. I). Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.

Singer, J. (2017). Neurodiversity: the birth of an idea. Judy Singer.

Soler, C. (2018). Rumo à identidade. São Paulo: Aller. (Edição Kindle).

Steinman, G. (2020). The putative etiology and prevention of autism. In Progress in molecular biology and translational science (Vol. 173, pp. 1-34). Elsevier Inc. Recuperado de https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877117320300570

Wing, L. et al. (2010, março-abril). Autism spectrum disorders in the DSM-V: better or worse than the DSM-IV?. Res. Dev. Disabil., 32(2), 768-773. Recuperado em 21 de novembro, 2019, de 10.1016/j.ridd.2010.11.003

Downloads

Publicado

2024-02-23

Como Citar

Furtado, L. A. R. (2024). Espectro do autismo: um fantasma sem mediação e a máxima garantia ao desconhecimento. Revista De Psicanálise Stylus, 1(44), pp. 93–101. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i44.1008