O tempo do sujeito-criança do inconsciente

Autores

  • Susy Roizin

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi18.880

Palavras-chave:

Sujeito-criança, separação, trabalho com os pais, nova economia de desejo, o sintoma e o gozo

Resumo

A partir do tema proposto, o tempo na análise, e relacionando-o ao conceito de tempo do sujeito do inconsciente, o artigo retoma, primeiro, o conceito de tempo a partir de um ponto de vista histórico-cronológico para rastrear as diferentes concepções de sujeito do inconsciente que Lacan desenvolveu ao longo de seu ensino. Posteriormente, ressalta-se o tempo efêmero da pulsação para fazer referência ao real, que aparece na tiquê, no acidente, no witz e no inesperado. Todas situações nas quais consegue-se elidir o automatismo significante, sem deixar de considerar o enlaçamento com o simbólico e com o imaginário. Em seguida, o artigo trata das particularidades da análise do sujeito-criança. As mudanças na economia de gozo, experimentadas pela criança durante o processo podem provocar resistência nos pais. Eles têm o poder de decidir quando interromper a análise, podendo impedir o transcurso de tempo que faz falta (jogando com o duplo sentido): faz falta tempo, no sentido de um tempo necessário, para que a análise chegue a seu final, e faz falta, no sentido de que uma análise que faz uma falta, constrói uma falta, conduz ao enfrentamento da falta estrutural. Tanto a criança quanto seus pais deverão suportar o vazio que resta quando a criança deixa de ocupar o lugar de objeto tampão. Às vezes é preciso trabalhar diretamente com os pais. A criança geralmente apresenta-se como sintoma da mãe ou como sintoma do casal parental. O final da análise possibilitará que ela seja a portadora e responsável de seu próprio desejo advertido, de seu sintoma e seu gozo. Conforme vai conseguindo realizar um movimento de separação, a criança constrói seu fantasma que, chegado o tempo, poderá também ser atravessada.

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Biografia do Autor

Susy Roizin

Licenciada em Psicologia pela Universidade de Buenos Aires. Efetuou residência de Psicologia Clínica com adultos e crianças no Centro de Saúde Mental de Ramat Hen, em Israel, Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Tel Aviv e do Fórum França.

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Publicado

2009-04-04

Como Citar

Roizin, S. (2009). O tempo do sujeito-criança do inconsciente. Revista De Psicanálise Stylus, (18), pp. 135–146. https://doi.org/10.31683/stylus.vi18.880

Edição

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DIREÇÃO DO TRATAMENTO