Corpo: produto e suporte de representações sociais

Autores

  • Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi21.834

Palavras-chave:

Antropologia e psicanálise, corpo, natureza e cultura, territórios do simbólico

Resumo

Diante do desafio de apresentar um pouco do muito que a antropologia concebeu e concebe sobre corpo, sofrimento, doença, sintoma, tratamento e cura, proponho um caminho que, certamente, está repleto de filtros e, portanto, de lacunas. Trata-se de uma leitura possível, dentre várias. A intenção, mais do que abordar conceitos e teorias, é pontuar ideias que possam interessar a psicanalistas, uma vez que psicanálise e antropologia, em seus primórdios, no final do séc. XIX, compartilharam dilemas sobre as limitações e potencialidades dos paradigmas das ciências físicas e naturais, os quais as levaram a se instalar nos territórios do simbólico, dimensão que estava e prossegue no limiar do que muitos consideram “ciência”. A proposta é indicar algumas das principais conquistas da antropologia nesses territórios, bem como seu atual engajamento em discussões acadêmico-políticas pertinentes às noções de corpo e corporalidade.

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Biografia do Autor

Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer

Bacharel em Ciências Sociais (USP, 1986) e em Direito (USP, 1988). Mestre e Doutora em Antropologia Social (USP, 1994 e 2002, respectivamente). Docente do Departamento de Antropologia (USP), no qual coordena o NADIR – Núcleo de Antropologia do Direito. Presidente da ANDHEP – Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós-Graduação. Membro da Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância do Instituto de Estudos Avançados da USP e da Comissão de Direitos Humanos da Associação Brasileira de Antropologia – ABA. Linha de Pesquisa: Antropologia do Direito (rituais judiciários e de justiça; operadores do direito e direitos humanos).

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Publicado

2010-12-12

Como Citar

Schritzmeyer, A. L. P. (2010). Corpo: produto e suporte de representações sociais. Revista De Psicanálise Stylus, (21), pp. 77–92. https://doi.org/10.31683/stylus.vi21.834

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS