Uma escrita que brota à flor da pele

Autores

  • Ingrid de Figueiredo Ventura

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi26.755

Palavras-chave:

Fenômeno psicossomático, escrita, corpo, interpretação, tratamento

Resumo

Este trabalho discute a relação do fenômeno psicossomático com a escrita, seguindo a proposição lacaniana de que, nesses casos, o corpo se deixa escrever algo da ordem do número. Nesse sentido, o fenômeno psicossomático seria uma escrita no corpo que não se dá a-ler como um hieróglifo e não cede à interpretação. Diversamente do sintoma, o fenômeno psicossomático apresenta uma holófrase local entre o primeiro par de significantes S¹– S²,  o que impede o deslizamento na cadeia. Embora a escrita seja um traço onde se lê um efeito de linguagem, para que ela passe a algo legível é preciso uma reinscrição em outra parte. Diante dessa clínica, nos indagamos se, deparados com este fenômeno, estaríamos diante da letra e qual seria a direção do tratamento com pacientes acometidos por estas afecções.

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Biografia do Autor

Ingrid de Figueiredo Ventura

Psicóloga. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Fórum Belém; membro da Rede de Pesquisa em Sintoma e Corporeidade, vinculada ao Fórum do Campo Lacaniano – São Paulo, à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Membro do Grupo de Pesquisa Psicanálise, Sujeito e Instituição vinculado à UFPA. Membro da Rede Cl.nica Jacques Lacan do Instituto de Psicologia (USP). Participa como ouvinte do Laboratório de Teoria Social, Psicanálise e Filosofia (LATESFIP – USP).

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Publicado

2013-06-25

Como Citar

Ventura, I. de F. (2013). Uma escrita que brota à flor da pele. Revista De Psicanálise Stylus, (26), pp. 75–82. https://doi.org/10.31683/stylus.vi26.755

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS