A escolha do sexo não vai sem dizer: O mistério do dois

Autores

  • Françoise Josselin

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi31.661

Palavras-chave:

O dizer e o sexo, o falo e o semblante, a suplência na psicose, o enodamento pelo dizer

Resumo

“O que determina a escolha do sexo não é, sequer, um saber, é um dizer”. Lacan acrescenta em seu Seminário Les non-dupes errent, que aquilo que decide não é nada além de um outro dizer, que se lança no furo da carência entre os dois sexos. O que fazer, então, para fazer suplência a esse “mistério do dois”, senão inventar esse saber inconsciente em todo encontro primeiro com a relação sexual, autorizar-se a inventá-lo. Herculine Barbin, um caso de hermafroditismo no século XIX, de quem Michel Foucault descobriu as Memórias nos Anais médico-legais, permite verificar que não há essência do masculino e do feminino inscrita no inconsciente, que o falo é um semblante. Os sujeitos, inclusive os psicóticos, têm a escolha (forçada ou não) de fazer argumento à função fálica, a escolha de se colocar do lado todo ou não-todo da sexuação.

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Biografia do Autor

Françoise Josselin

Psiquiatra hospitalar, psicanalista, AME, membro fundador da EPFCL, ensinante no Colegiado Clínico Psicanalítico de Paris, responsável pelo CAPA (Centre d’Accueil Psychanalytique pour adolescents et jeunes adultes).

Referências

FOUCAULT, M. (1978). Herculine Barbin, dite Alexina. Paris: Gallimard, 2014.
LACAN, J. (1973-1974). Le séminaire, livre 21: Les non-dupes errent. Paris: Éditions
de l’AFI.
______________. (1970-1971). Le séminaire, livre 18: D’un discours qui ne serait
pas du semblant. Paris: Seuil, 2006.
SOLER, C. (2013-2014). Humanisation? (Cours 2013-2014). Paris: Éditions du
Champ Lacanien, 2014.

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Publicado

2015-10-21

Como Citar

Josselin, F. (2015). A escolha do sexo não vai sem dizer: O mistério do dois. Revista De Psicanálise Stylus, (31), pp. 113–119. https://doi.org/10.31683/stylus.vi31.661

Edição

Seção

ENSAIO