Diante do muro

Autores

  • Sonia Alberti e Barbara Zenicola

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi33.594

Palavras-chave:

Sexuação, psicanálise, homossexualidade, transexuais

Resumo

Ao longo de sua obra, Freud faz inúmeros questionamentos sobre o que definiria o homem e a mulher, o que leva Lacan a retomar o poema de Antoine Tudal: entre o homem e a mulher há um muro. Cada um se colocará na partilha dos sexos servindo-se da função da fala, do campo da linguagem e da lógica dos discursos. As ofertas são várias e há diversas formas de amar. O tema da bipartição sexual também leva à homossexualidade e chega à sua máxima com a transexualidade. Ao afirmar a bipartição sexual – a bipolarização da divisão sexual–, ao reconhecer-se em um polo ao qual não se identifica e, então, endereçar-se à ciência solicitando uma mudança cirúrgica, o transexual confirma que só há demanda quando esta se constitui a partir de uma oferta. Visamos levantar algumas questões no vasto campo que se abre quando partimos do fato de que os dois universais, homem e mulher, implicam a impossibilidade da relação sexual, ou seja, quando nos indagamos sobre as diversas formas de um sujeito sexuar-se.

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Biografia do Autor

Sonia Alberti e Barbara Zenicola

Professora Associada do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisadora do CNPq. Psicanalista Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano.

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Publicado

2016-11-24

Como Citar

Zenicola, S. A. e B. (2016). Diante do muro. Revista De Psicanálise Stylus, (33), pp. 165–175. https://doi.org/10.31683/stylus.vi33.594

Edição

Seção

ATUALIDADE E SEXO