A propósito dos discursos

“Se em parte alguma do Outro é possível assegurar a consistência do que é chamado verdade, onde está ela, a verdade, a não ser naquilo a que corresponde a função do a?” (LACAN, 1968-69/2008, p. 24)

Autores

  • Frédéric Pellion

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi33.584

Palavras-chave:

Discurso, Impossível, gozo, real, saber, verdade

Resumo

Os quatro discursos de Lacan, elaborados entre 1968 e 1970, e aos quais ele ensaia, um pouco mais tarde, incluir um quinto, são um dos aspectos mais arriscados de seu ensino. Trata-se, na verdade, de política? De psicologia coletiva? De psicanálise aplicada à antropologia social? Partiremos aqui de suas “partículas elementares” para tentar fazer aparecer melhor os meandros propriamente clínicos de sua construção.

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Biografia do Autor

Frédéric Pellion

AME, Membro da Escola da Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano. Doutor em medicina e em ciências humanas clínicas. Psiquiatra, residente hospitalar, Institut National de Jeunes Sourds. Diretor de pesquisas (Université Paris Diderot), ensinante na Université Paris Descartes e no Collège Clinique Psychanalytique de Paris.

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Publicado

2016-11-24

Como Citar

Pellion, F. (2016). A propósito dos discursos: “Se em parte alguma do Outro é possível assegurar a consistência do que é chamado verdade, onde está ela, a verdade, a não ser naquilo a que corresponde a função do a?” (LACAN, 1968-69/2008, p. 24). Revista De Psicanálise Stylus, (33), pp.79–99. https://doi.org/10.31683/stylus.vi33.584